Oriente Médio

Orelha

Ao escrever sobre o Oriente Médio os autores procuraram destacar a região considerada uma das mais estratégicas do planeta, ponto de união de três continentes: Ásia, Europa e África, englobando o Canal de Suez e os estreitos de Bab el Mandeb e Ormutz, importantes passagens marítimas na rota internacional do petróleo.
A região é o berço das três principais religiões do mundo ocidental: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Apesar do predomínio de povos árabes, a população regional, de 270 milhões de habitantes, possui uma significativa heterogeneidade étnica que inclui os judeus, persas, turcos, curdos, drusos, afegãos etc. A estabilidade política da região tem sido afetada por fatores internos e externos. Internamente, golpes de Estado, guerras civis, revoluções e disputas por fronteiras. Externamente, o interesse estrangeiro nos recursos energéticos disponíveis na região.
De forma similar ao ocorrido nos países do continente africano, o traçado das fronteiras entre os países no Oriente Médio atendeu aos interesses externos e, portanto, não correspondem às fronteiras étnicas, históricas e culturais. Esse processo de descolonização acabou deixando povos diferentes e religiões rivais juntos dentro de fronteiras artificialmente construídas pelos interesses externos.
O “mundo árabe” foi dividido com o objetivo de se perpetuar a exploração da preciosa e finita riqueza natural da região, o petróleo, pelas potências ocidentais.
O livro procura ressaltar que a falta de desenvolvimento econômico na região está relacionada à concentração da renda e que os imensos recursos obtidos com as exportações de petróleo estão nas mãos de grandes empresas transnacionais, ou no controle estatal, em geral, integrado a oligarquias representadas por príncipes, monarcas e sheiks ou por repúblicas ditatoriais, em que, mesmo quando presidencialista, o poder é passado de pai para filho, como no caso da Síria.
A situação se agrava ao estudarmos o Projeto Nuclear Iraniano, a prolongada guerra civil na Síria, o movimento separatista Curdo, a presença militar dos EUA no Afeganistão, a divisão entre xiitas e sunitas e, ainda, os grupos islâmicos que possuem capacidade militar como Hamas, Hezbollah e Al Qaeda.
Por tudo isso, este livro sobre o Oriente Médio, torna-se uma leitura quase obrigatória, pois, longe de ter a pretensão de esclarecer todos problemas do Oriente Médio, os autores visam expor, principalmente, ao leigo e, em especial, ao aluno do Ensino Médio e cursos pré-vestibulares, uma visão panorâmica da região que, mesmo tendo sido o berço do mundo ocidental, de um legado histórico e cultural inestimável, continua tão incompreendida e conflitada.

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